Este é um blog dedicado exclusivamente para o caipira, sua música, seus causos enfim tudo que tenha a ver com a vida simples do homem do campo. Aqui vc vai encontrar links para sites que tem interesse no resgate e preservação deste estilo.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

A historia da cachaça

Como hoje é sexta feira dia de curtir uma branquinha ao som de uma boa roda de viola...


*A postagem abaixo foi coletada no site do Cumpadre Luciano Queiroz www.lucianoqueiroz.com

A cana-de-açúcar, elemento básico para a obtenção, através da fermentação, de vários tipos de álcool, entre eles o etílico. É uma planta pertencente à família das gramíneas (Saccharum officinarum) originária da Ásia, onde teve registrado seu cultivo desde os tempos mais remotos da História.
Os primeiros relatos sobre a fermentação vem dos egípcios antigos. Curam várias moléstias, inalando vapor de líquidos aromatizados e fermentados, absorvido diretamente do bico de uma chaleira, num ambiente fechado.
Os gregos registram o processo de obtenção da ácqua ardens. A Água que pega fogo - água ardente (Al Kuhu).
A água ardente vai para as mãos dos Alquimistas que atribuem a ela propriedades místico-medicinais. Se transforma em água da vida. A Eau de Vie é receitada como elixir da longevidade.
A aguardente então vai para da Europa para o Oriente Médio, pela força da expansão do Império Romano. São os árabes que descobrem os equipamentos para a destilação, semelhantes aos que conhecemos hoje. Êles não usam a palavra Al kuhu e sim Al raga, originando o nome da mais popular aguardente da Península Sul da Ásia: Arak. Uma aguardente misturada com licores de anis e degustada com água.
A tecnologia de produção espalha-se pelo velho e novo mundo. Na Itália, o destilado de uva fica conhecido como Grappa. Em terras Germânicas, se destila a partir da cereja, o kirsch. Na Escócia fica popular o Whisky, destilado da cevada sacarificada.
No extremo Oriente, a aguardente serve para esquentar o frio das populações que não fabricam o Vinho de Uva. Na Rússia a Vodka, de centeio. Na China e Japão, o Sakê, de arroz.
Portugal também absorve a tecnologia dos árabes e destila a partir do bagaço de uva, a Bagaceira
Os portugueses, motivados pelas conquistas espanholas no Novo Mundo, lançam-se ao mar. Na vontade da exploração e na tentativa de tomar posse das terras descobertas no lado oeste do Tratado de Tordesilhas, Portugal traz ao Brasil a Cana de Açúcar, vindas do sul da Ásia. Assim surgem na nova colônia portuguesa, os primeiros núcleos de povoamento e agricultura.
Os primeiros colonizadores que vieram para o Brasil, apreciavam a Bagaceira Portuguesa e o Vinho d'Oporto. Assim como a alimentação, toda a bebida era trazida da Corte. Num engenho da Capitania de São Vicente, entre 1532 e 1548, descobrem o vinho de cana de açúcar - Garapa Azeda, que fica ao relento em cochos de madeiras para os animais, vinda dos tachos de rapadura. É uma bebida limpa, em comparação com o Cauim - vinho produzido pelos índios, no qual todos cospem num enorme caldeirão de barro para ajudar na fermentação do milho, acredita-se. Os Senhores de Engenho passam a servir o tal caldo, denominado Cagaça, para os escravos. Daí é um pulo para destilar a Cagaça, nascendo aí a Cachaça.
Dos meados do Século XVI até metade do Século XVII as "casas de cozer méis", como está registrado, se multiplicam nos engenhos. A Cachaça torna-se moeda corrente para compra de escravos na África. Alguns engenhos passam a dividir a atenção entre o açúcar e a Cachaça.
A descoberta de ouro nas Minas Gerais, traz uma grande população, vinda de todos os cantos do país, que constrói cidades sobre as montanhas frias da Serra do Espinhaço. A Cachaça ameniza a temperatura.
Incomodada com a queda do comércio da Bagaceira e do vinho portugueses na colônia e alegando que a bebida brasileira prejudica a retirada do ouro das minas, a Corte proíbe várias vezes a produção, comercialização e até o consumo da Cachaça.
Sem resultados, a Metrópole portuguesa resolve taxar o destilado. Em 1756 a Aguardente de Cana de Açúcar foi um dos gêneros que mais contribuíram com impostos voltados para a reconstrução de Lisboa, abatida por um grande terremoto em 1755.
Para a Cachaça são criados vários impostos conhecidos como subsídios, como o literário, para manter as faculdades da Corte.
Como símbolo dos Ideais de Liberdade, a Cachaça percorre as bocas dos Inconfidentes e da população que apóia a Conjuração Mineira. A Aguardente da Terra se transforma no símbolo de resistência à dominação portuguesa.
Com o passar dos tempos melhoram-se as técnicas de produção. A Cachaça é apreciada por todos. É consumida em banquetes palacianos e misturada ao gengibre e outros ingredientes, nas festas religiosas portuguesas - o famoso Quentão.
No século passado instala-se, com a economia cafeeira, a abolição da escravatura e o início da república, um grande e largo preconceito a tudo que fosse relativo ao Brasil. A moda é européia e a cachaça é deixada um pouco de lado.
Em 1922, a Semana da Arte Moderna, vem resgatar a brasilidade. No decorrer do nosso século, o samba é resgatado. Vira o carnaval. Nestas últimas décadas a feijoada é valorizada como comida brasileira especial e a Cachaça ainda tenta desfazer preconceitos e continuar no caminho da apuração de sua qualidade.
Hoje, várias marcas de alta qualidade figuram no comércio nacional e internacional e estão presentes nos melhores restaurantes e adegas residenciais pelo Brasil e pelo mundo.

fonte: Museu da Cachaça - Lagoa do Carro - PE - http://www.museudacachaca.com.br/

*Luciano Queiroz - Todos os Direitos Reservados

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Jardim dos Sonhos (Uma boa opção de presente de Natal)



1 - Canoeiro do Tietê
2 - Água e sal
3 - Chuva
4 - Ao longo das eras
5 - Fim dos heróis
6 - Capão do Embira
7 - No laço da viola
8 - Um sonho e um segredo
9 - No bojo do jacarandá
10 - Seguindo os passos da
imaginação
11 - Pedaços de chão
12 - Jardim dos sentidos


JARDIM DOS SENTIDOS

Este é o nosso primeiro trabalho com composições próprias. Escolhemos um repertório eclético dentro de nosso universo musical e procuramos unir as poesias, melodias e harmonias dentro de ritmos diversificados. Quando entramos em estúdio já tínhamos uma base pré definida pelos arranjos, fomos moldando gradativamente as canções e a cada nota que colocavamos a impressão de enriquecimento harmônico era surpreendente. Agradeço a ajuda de meus GRANDES AMIGOS e GRANDES MÚSICOS que colocaram, cada qual a seu modo, um toque de carinho e responsabilidade em cada faixa gravada.


Músicas 1, 4, 5, 6, 7, 8 e 9: João Vilarim
Músicas 2, 3, 10, 11 e 12: João Vilarim e Nico
Voz, viola caipira, violão e percussão: João Vilarim;
Contrabaixo: Fernando Marinho;
Flauta: Drº José Carlos;
Violino, viola e violoncello: Marcelo Schineider;
Piano e teclados: Willian Labecca;
Sax: Sumé;
Gaita: Marcelo Soria;
Harpa paraguaia: Dario Andino;
Berrante: Edson Araçatuba;
Bateria: João Carlos (Cabeças) ;
Arranjos de base: João Vilarim;
Arranjos de cordas: João Vilarim, Marcos Zanda e Marcelo Schineider;
Mixagem, masterização, técnica: João Carlos (Cabeças);
Produção: João Vilarim e Jesus Anibal
Associação Cultural Machu Picchu - Cuzco;
Produção Fonográfica: Gravadora e Editora Brasil Inka's

Para comprar: (xx11) 6911-2604 / e-mail:
joaovilarim@terra.com.br
vilarim@ponteiocaipira.com.br


www.ponteiocaipira.com.br

terça-feira, dezembro 05, 2006

Opinião

Boa tarde Cumpadres e Cumadres
Segue abaixo um texto do cumpadre Samuel dos Reis Garcia, "O Caipira do Sur de Minas", criador e um dos moderadores do Grupo Caipira Raiz:


Olá Amigos, Cumpadres & Cumadres!

Saudações Caipiras!

Amigos desta Grande Família, dos quatro cantos do Brasil que amam a nossa Música Caipira!

Amigos, a história de qualquer movimento, grupo ou ideologia, tem os seus altos e baixos. E nisso estão envolvidos vários fatores.

Não conheço muito e nem tenho tanta formação para afirmar isso, mas a força da Música Caipira esteve muito ligada ao contexto histórico-econô mico do Brasil há algumas décadas, quando o eixo econômico do Brasil passava primordialmente pelo interior.

Contudo, a urbanização, a industrializaçã o e a difusão do Capitalismo, onde o Lucro fala mais alto, fizeram com que, paulatinamente, a Música caipira deixaSse de ser a "porta-voz oficial" do Brasil.

E um fator que considero primordial, foi a difusão dos meios de comunicação de Massa (em especial a televisão) A SERVIÇO DA CLASSE DOMINANTE TANTO POLITICA COMO SOCIALMENTE. E, com o objetivo de acultar ao povo a sua verdadeira origem, o seu verdadeiro potêncial, foi imposto, de forma cruel, valores e formas de pensar vindas de fora. Não que isso seja ruim. Mas tudo tem que ser "ruminado", num processo de "antropofagia" , como já diziam os idealizadores da Semana de 1922.

Mas, o que faz com que a Música Caipira ainda persista como um fiel retrato de seu povo, é justamente a simplicidade e a pureza de quem a criou. É a voz pura, "sem contaminação", que brota do fundo do coração do caboclo. Particularmente, imagino e me coloco no lugar do nosso Saudoso Goiá: suas composições falam fundo em nossa alma por ele sentiu na pele tudo isso. Confiram a entrevista de Zé Mulato & Cassiano na Tv Câmara, onde eles falam que, pra falar, compor e interpretar a Música Caipira é necessário "beber na fonte", "falar daquilo que conhece".

Agora, será que nós valorizamos os nossos artistas (e outros) que estão atuando hoje, agora, defendendo a nossa Música Raiz?

Algumas vezes trocamos álbuns, cds e nos esquecemos que o artista também precisa receber o seu incentivo, o reconhecimento, que vai sim, vai muito além da simples compra de uma mercadoria, mas depende também disto.

Confesso a vocês que passei a conhecer muita gente nossa, boa de serviço, através desse Grupo. E, com o meu esforço, pretendo retribuir, da maneira como posso, no meu individual, a cada um. Mas, realmente, a divulgação de seus trabalhos nesse espaço é uma oportunidade única.

Vamos sim, resgatar o passado, sem esquecer de valorizar o presente. Quantos Cumpadres & Cumadres que estão aqui lutam na preservação da Música Caipira! Quantos são Violeiros, Interpretes, Organizadores de Sites, Grupos Musicais, meios de Comunicação (web, rádio, tv) e enfim, nós, cidadãos comuns que valorizamos a nossa Cultura!

Espero que toda essa Rica Discussão possa aumentar, ainda mais, a nossa disposição em contribuir para a preservação da nossa Música Caipira!

E reitero mais, uma fez, em nome de todos, pois sei que este é o desejo e vontade de todos: ESTAMOS DE PORTAS E BRAÇOS ABERTOS PARA TODOS OS QUE AMAM A MÚSICA CAIPIRA!

UM GRANDE ABRAÇO A TODDOS!
Samuel dos Reis Garcia



" O CAIPIRA DO SUR DE MINAS GERAIS "

Mais uma raridade

Uma raridade encontrada em meio a tantas outras no blog Cantinho Sertanejo do nosso cumpadre Claudemir



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SENHA:
PARA_OS_TATUS_DO_CAIPIRA_RAIZ&ACERVO_CAIPIRA